MALHADA DOS BOIS

MALHADA DOS BOIS

História
O Major João de Aguiar Boto de Melo, nasceu em Portugal no mês de novembro. Pertencente a uma família de posses que chegou ao Brasil em Expedição Colonizadora. Para tanto, recebeu terras em Minas Gerais onde foi condecorado ”o maior criador de gado da raça leiteira” e por isso recebeu um brasão. Foi Senador na Bahia na época em que seu irmão, “o Marquês de Aguiar fora Governador da Bahia em 1776 e portanto recebeu este, ordens da metrópole para mandar o Ouvidor de Sergipe proceder a demarcação entre as terras que se prestavam à agricultura e as que serviam à pecuária. Feita a verificação, essa autoridade reuniu-se com a Câmara da Vila de Itabaiana para prescrição.
O território do atual município de Malhada dos Bois pertencia inicialmente, as terras doadas por Cristóvão de Barros através do Sistema de Sesmaria ao seu filho Antonio Cardoso de Barros, as quais se estendiam das margens do São Francisco às do Cotinguiba. Foram elas posteriormente, incluídas entre aquelas que a viúva de Antonio Cardoso de Barros doou ao seu genro Pedro Abreu de Lima, e que depois vieram a integrar o grande município de Propriá, hoje tão reduzido o seu território com o desmembramento de muitos outros.
Mas o crescimento, tanto das plantações como os rebanhos, fez com que as demarcações dos fins do século XVIII se tornassem absoletas, aguçando-se conflitos entre agricultores e criadores de algumas regiões, especialmente na Vila de Itabaiana levando por volta de 1814 “a Conselho, os povos deste termo tanto criadores, como fazendeiros, em Audiência Geral, com a assistência do Ouvidor Geral”. Nessa reunião ficou deliberada a retirada do gado, que perturbava as plantações, das matas para a caatinga. Sergipe continuou como principal abastecedor de gado da Bahia, tornava-se necessário a expansão das fazendas de gado e os engenhos de outrora.
Assim as terras descritas na doação de Cristóvão de Barros sem a prosperidade esperadas foram passadas através do mesmo sistema ao Major João de Aguiar Boto de Melo e este as ocupou desde a Vila de Maruim até a Vila de Santo Antonio de Propriá. Construiu dois engenhos na região de Malhada dos Bois, o Engenho Brejinho, hoje “Fazenda Brejinho” e o Engenho Pedra da Onça, hoje, “Fazenda Pedra da Onça” que se estendiam até São Francisco, Poço dos Bois e Malhada dos Bois até a BR 101
Os engenhos datam da época da escravidão. Com a libertação dos escravos estes passaram a funcionar com a mão-de-obra livre de ex-escravos, habitantes de Malhada dos Bois, Poço dos Bois e de outras regiões, assim como passou-se a observar a mão-de-obra de imigrantes que se espalhavam por todo o Estado de Sergipe.
Estes fatores determinaram a expansão e o crescimento do território Malhadense. O gado foi a maior expressão de colonização não só de Malhada dos Bois, como de Sergipe e do Brasil.
Tudo começou quando o Major João de Aguiar Boto de Melo, um português que chegou ao Brasil como tantos outros trazendo dinheiro, gado de raça, sementes e escravos e “O título de afidalgamento, fato que ocorria também na Capitania de Sergipe Del-Rei a pedidos de fazendeiros ao Rei, de patentes de Major, Coronel, Capitão, Sargento de Milícias, afirmava os grandes patentados rurais, acentuando-se a hierarquização social e o poder político da região”. Com tais requisitos recebeu condecoração de maior criador de gado da raça leiteira e a doação de extensas sesmarias desde Minas Gerais, Bahia e em Sergipe recebeu terras de Antonio Cardoso de Barros, filho de Cristóvão de Barros doou ao seu genro Pedro Abreu de Lima, que se estendiam desde o Vale do Cotinguiba ao lado de Maruim seguindo as margens do São Francisco, que depois vieram a construir o grande município de Propriá, hoje tão reduzido no seu território, com o desmembramento de muitos outros.
Foi nessas passagens com seu gado de Minas Gerais para Alagoas que o Major João de Aguiar Boto de Melo, reconheceu o valor daquelas terras, pela fertilidade da região, com boas pastagens, ao lado de uma bela nascente de água doce jorrando de dentro da mata formada por madeira de lei como: Peroba Ipê, Pereiro, Cedro, Jacarandá, Angico, Arueira e tantas outras espécies, além de uma pedreira no alto da mata formando exuberante cachoeira que descia cantando rocha abaixo e espalhava “Olhos D´água” formando riachos como: o Riacho do Tanque, Riacho Saco do Couro e Riacho do Pedro, encontrando-se com o Rio Jacaré que atravessa o povoado Poço dos Bois e a cidade de Cedro de São João.
Ali naquela nascente, à sombra dos arvoredos os boiadeiros paravam com suas boiadas para deixar o gado malhar7. Enquanto o gado malhava, juntavam lenha e faziam uma grande fogueira que os aqueciam e espantavam animais selvagens, assavam carne e ao seu redor se reuniam nas noites de lua cantando toadas ao som dos berrantes, tamborins e violas.
Em outras passagens quando os boiadeiros perguntavam onde iam descansar, os outros respondiam, na “malhada”, na Malhada dos Bois, daí a origem do nome da cidade que ficou até os dias atuais reconhecida na História de Sergipe e do Brasil como Malhada dos Bois.
A Fonte é o ponto de origem da cidade e a mata que circundava a nascente onde muitos anos depois foi construída a fonte ficou conhecida como “Mata da Fonte”. A grande pedreira existente até hoje possui inscrições de povos que por ali passaram ficando na história conhecida como “Pedra das Almas”. Reconhecida a área, o Major João de Aguiar Boto de Melo, instalou dois engenhos na região: Engenho Brejinho, hoje “Fazenda Brejinho” e Engenho Pedra da Onça, hoje “Fazenda Pedra da Onça”, firmando seu ponto de parada em Malhada dos Bois, e, comprou duas casas em Propriá que servia de ponto de apoio entre Sergipe e Alagoas.
Com a instalação dos engenhos e fazendas de gado, outras famílias foram chegando para trabalhar nas fazendas de gado instaladas na região pela numerosa “Família Aguiar” assim como na lavoura do algodão, segundo produto econômico da época.
As informações passadas de geração a geração foi a de que os primeiros moradores que iniciaram o povoamento foram Manoel Quirino e Manoel Teodoro. Chegaram ao lugar onde construíram suas casinhas de taipa por volta de 1830, na parte baixa do território como diziam os mais idosos “uma grota, só poderiam morar aqui quem estivesse fugindo, se escondendo”, pois o local fica entre uma grota e outra. Os dois moradores viveram ali por mais de vinte anos e não há notícias de familiares. Segundo os mais idosos sempre se soube que eram dois fugitivos do Estado de Alagoas.. O que faziam era plantar roças de milho, mandioca, feijão, abóbora e viviam da caça e da pesca. Foram encontrados alguns dados que os mesmos eram parentes de Corisco – parceiro de Lampião.
Quase todas as casas do centro da cidade possuem uma escada dentro da casa ou servindo de descida para o quintal devido ser muito acidentada o terreno.

O Município tem uma população 3.456, sua área da unidade territorial 63,199 Km² Densidade demográfica 54,68 hab/Km²