Mulheres camponesas comandam Feira da Agricultura do Baixo São Francisco, mas precisamente em Neópolis

Mulheres camponesas comandam Feira da Agricultura do Baixo São Francisco, mas precisamente em Neópolis

EML 9523

Feira da Agricultura Familiar voltada para a questão de gênero e para o fomento da autonomia das mulheres sergipanas. Com essas características aconteceu nesta sexta-feira, 15, edição do projeto ‘Feira da Agricultura Familiar’ no município de Neópolis.

A feira teve um diferencial por ter sido articulada pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais, através do Movimento das Mulheres Camponesas, e está sendo coordenada por 38 mulheres agricultoras que pertencem ao movimento. Atualmente as feiras já acontecem com periodicidade semanal em Ribeirópolis, Boquim, Lagarto. Em Aracaju as edições são quinzenais.

A inauguração contou com a presença da secretária de Estado da Inclusão Social, Eliane Aquino. Nas edições seguintes, a feira acontecerá quinzenalmente, a partir das 7h, na Praça da Orla de Neópolis. Durante a abertura, houve a assinatura do termo de cooperação entre a Prefeitura e o Estado para a execução do projeto.

“Em todos os municípios o apoio da prefeitura é fundamental para realizarmos essa feira com tantos diferenciais. A nossa intenção é melhorar cada vez mais a produção dos agricultores e fazer com que possam cobrar um preço mais justo em suas mercadorias, dispensando a figura do atravessador", disse a secretária.

"É um grande prazer trazer a feira para Neópolis e saber que será comandada por mulheres agricultoras. Buscamos a autonomia das mulheres sergipanas”, acrescentou Eliane Aquino.

Trabalho e autonomia

Com a iniciativa, o Governo do Sergipe e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) pretendem remover o atravessador e aumentar o espaço e a renda do agricultor familiar sergipano e, ao mesmo tempo, disponibilizar ferramentas para que os agricultores passem a produzir alimentos de origem agroecológica.

Segundo Marcelo Guedes, prefeito do município de Neópolis, o trabalho para colocar a feira em execução vai valer a pena. "Através da união de esforços o projeto foi realizado em nossa cidade e temos certeza que vamos ser um grande sucesso”, destacou.

A representante do Movimento de Mulheres Camponesas, Sônia Maria Malaquias, ressaltou que as mulheres que integram a feira precisam estar sempre estimuladas e dispostas a colocar o projeto para frente. "Esse é mais um espaço que temos para lutar pelos nossos direitos”.

A opinião foi compartilhada pela representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Neópolis, Rosiane Oliveira. “A execução dessa feira é orgulho pra todas nós que lutamos para colocá-la em prática. Tenho certeza que será um grande sucesso”.

Satisfação

A agricultura Maria Aparacida dos Santos disse que a feira é uma oportunidade para ganhar nossa autonomia. "Fomos convidadas para participar e não pensei duas vezes. É um grande prazer estar aqui”. A colega agricultora, Maria Joelma Pinheiro, concordou. “Adorei a ideia de poder vender meus produtos na feira e ganhar um dinheiro extra para o sustento da minha família”.

As Feiras da Agricultura Familiar fomentam a integração territorial e ajudam a enfrentar e superar a fome, o subemprego, o pouco aproveitamento da capacidade produtiva dos agricultores familiares, além de melhorar a distribuição de renda.

A consumidora Maria José Santos disse estar empolgada com a nova feira do município. “Esse é o primeiro dia da feira e já estou gostando muito dos produtos que são vendidos aqui. Certamente vou voltar outras vezes”.

Ainda participaram do evento Fabiana Tavares, presidente do Icoderus; José Eriberto Pinheiro, representante da Emdagro; Sílvia Peloso, gerente Regional da Caixa Economica Federal; Maria Inês dos Santos, representante da Marcha Mundial da Mulheres; e Carlos Alberto dos Santos, do Centro Dom José Brandão de Castro.

Parceiros

São realizadores do projeto a Seides, MDA, Prefeituras Municipais, Central de Cooperativa da Agricultura Familiar e Economia Solidária de Sergipe (Centrafes) e Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional.

São apoiadores a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), o Projeto Dom Helder Câmara, o Sebrae, o Banco do Estado de Sergipe (Banese), os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, o Banco do Brasil,o Banco do Nordeste,a Caixa Econômica Federal, Instituto de Cooperação para o Desenvolvimento Rural Sustentável (Icoderus), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Sergipe (Fetase) e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).